E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles,
E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus.
Me lembro bem de um documentário que assisti há uns oito anos atrás. Ele me marcou profundamente, apesar de eu nunca saber o seu nome. Trocando de canal, me interessei na cena e parei. O documentarista estava conhecendo algumas crianças em Israel e na Palestina. Ele acompanhava o dia a dia de cada uma delas, e perguntava o que elas achavam da briga travada entre os dois países.
Apesar de muito pequenas, todas as crianças que participavam deviam ter em torno dos seis anos, elas já sabiam tudo a respeito de seus respectivos livros sagrados e o que cada um deles dizia a respeito da Terra Prometida. Já tinham ódio do seu "inimigo" que morava ao lado, mesmo sem nunca ter conhecido alguém do outro lado da fronteira. Elas foram ensinadas assim, e estavam convencidas de que seu "inimigo" era mau e queria lhe tomar algo sagrado. A Terra que Deus havia dado a eles. Ambos os lados pensavam da mesma forma.
Após ouvir os dois lados, o documentarista resolve aplicar sua "experiência". Ele junta todas essas crianças para que se conheçam. É impressionante, mas aos poucos, elas vão se aproximando e se tornando amigas. Começam a perceber que o inimigo não tem uma cara de mau como elas imaginavam. Elas vão se envolvendo de tal forma que esquecem que estão de lados opostos numa guerra milenar. Dois meninos, um judeu e um palestino começam a desenvolver uma amizade tão profunda a ponto de se tornarem grandes amigos.
Após alguns anos, o documentarista volta, e visita as mesmas crianças, agora já mais velhas. Ao visitar esses jovens ele quer saber como anda aquela amizade que tinha sido estabelecida entre judeus e palestinos. A grande maioria nem se encontra mais. Então ele vai atrás dos dois amigos. Daqueles que estabeleceram um laço profundo, e descobre que eles tentaram de tudo para continuar amigos, mas conforme a infância foi passando, era impossível eles não assumirem uma posição. Com tristeza no coração os dois afirmaram, que não foi possível manter a amizade com o fim da infância.
Por isso a Bíblia nos manda ser como crianças. Possuir um olhar puro sobre as coisas. Enxergar as coisas que realmente tem valor, como sentimentos verdadeiros. Como crianças, somos capazes de ignorar a podridão do mundo e seguir dando valor ao que realmente importa. Não podemos deixar que a maturidade afaste de nós a pureza da infância.
Hoje cristãos palestinos e israelenses participam de acampamentos realizados pelo Portas Abertas, mantendo um laço de amizade entre os dois lados de uma guerra. Afinal, eles possuem um laço mais forte do que seus países. O laço de sangue do Cordeiro, derramado na cruz. Ore para que essas crianças não percam essa inocência, e permaneçam unidas, pelo sangue de Jesus.
Igreja Perseguida
Nemayda Furtado
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