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terça-feira, 1 de outubro de 2013

A Responsabilidade é Nossa!

"Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre: não estão elas escritas no teu livro?"
Salmo 56:8



A Igreja Perseguida é formada por pessoas cheias de fé e de coragem, mas sobretudo, por PESSOAS. Isso significa que nem sempre é fácil permanecer firme em todas as circunstâncias. Entre essas pessoas, muitas mulheres tem sofrido com a ausência de seus maridos. Muitos estão presos, foram mortos, ou vivem fazendo viagens para pregar o evangelho, enquanto essas mulheres permanecem “segurando a corda”. Elas cuidam da casa, da família, e sustentam seus maridos através da oração. Porém, é necessário lembrarmos que são humanas e não super heroínas. A história de K’Sup Nri mexe muito comigo, e hoje eu quero compartilhar essa história com vocês.

No Vietnã, K’Sup Nri e seu marido, o pastor D viviam bem. Eram um casal feliz, e estavam sempre trabalhando na obra de Deus. Em 1975 o comunismo invadiu o país, fazendo com que suas vidas mudassem para sempre. Os missionários estrangeiros foram expulsos, e uma intensa perseguição foi iniciada. Os cristãos se espalharam por todo país, as  igrejas foram fechadas, muitos foram presos, entre eles, o pastor D.

K’Sup Nri estava grávida do seu segundo bebê quando seu marido foi preso. Ela se viu totalmente desamparada. Ela deveria cuidar de seus filhos e sogros, trabalhar no campo, e sustentar a família sem o auxílio do marido. Ela foi impedida de visitar o esposo na prisão, e se viu sobrecarregada com todas as tarefas. Era difícil criar seus filhos sem saber o que dizer a respeito do pai. Estaria ele vivo? Morto? Teria sido torturado? Essas perguntas ficavam sem respostas e a angústia crescia. Pra piorar a situação, seus sogros não eram cristãos, e não havia igreja, ou irmãos por perto que pudessem dividir o fardo com ela.

Os anos se passavam, e ela tentava permanecer firme. Até que um dia, um oficial do governo foi até sua casa e deu a terrível notícia! Seu esposo estava morto. Ela estava despedaçada! Durante sete anos, ela acreditou que Deus responderia suas orações! Que Deus o manteria vivo! Foram sete anos de esperança que em um minuto desapareceram. Ela não tinha mais nenhuma esperança.
Nesse período de dor, de desesperança, apareceu um jovem militar não cristão, com uma idade próxima de K’Sup Nri. Ele demonstrou interesse nela, enquanto ela ainda se mostrava confusa mediante aos fatos. Ela ainda amava seu marido, e lutava contra um sentimento de que Deus havia a abandonado. Era um momento de muita complexidade.

Após muito relutar, ela resolver ceder as investidas do militar. Afinal, ela tinha dois filhos para criar, e sua vida precisa seguir adiante. Não demorou muito para que os dois estivessem casados. A vida então começou a entrar nos eixos, e ela foi se acostumando a nova rotina. Passado um tempo, um prisioneiro foi liberto, e espalhou um boato de que o pastor D estaria vivo na prisão.

K’Sup Nri não podia acreditar! Foi atrás das informações, buscou, buscou, até que finalmente encontrou o ex-prisioneiro que confirmou: seu primeiro marido estava vivo! Os oficiais do governo a haviam enganado!

Dessa vez, ela perdeu o chão! Ela foi enganada, e começou a desconfiar se tudo não passou de um plano dos militares para atacarem seu primeiro marido. O medo, o desespero, a desesperança, todos esses sentimentos tomaram conta de seu coração. Ela foi invadida por duvidas, desconfianças, arrependimento... Ah! Como ela estava arrependida!! O que seria da sua vida agora? E como seria o dia que ele fosse liberto? O que seria de seus filhos? Tomada por toda essa dor, numa noite em desespero, a vietnamita K’Sup Nri se envenenou e morreu.

Essa história é forte. E traz consigo uma série de questões que permeiam minha mente. Quantas mulheres da Igreja Perseguida não estão sofrendo situações igualmente angustiantes? Quantas não pensaram como K’Sup Nri? E o que nós temos feito por essas mulheres?

Nossa oração tem poder de transformar a realidade dessas mulheres! De trazer consolo, a paz que vem do alto! Nós temos a responsabilidade de orarmos por essas mulheres, por essas famílias, para que histórias como esta, não se repitam. O que você tem feito pelos cristãos perseguidos? A responsabilidade também é nossa!

Igreja Perseguida
Nemayda Furtado 


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