Salmo 56:8
A Igreja Perseguida é formada por pessoas cheias de fé e de
coragem, mas sobretudo, por PESSOAS. Isso significa que nem sempre é fácil
permanecer firme em todas as circunstâncias. Entre essas pessoas, muitas
mulheres tem sofrido com a ausência de seus maridos. Muitos estão presos, foram
mortos, ou vivem fazendo viagens para pregar o evangelho, enquanto essas
mulheres permanecem “segurando a corda”. Elas cuidam da casa, da família, e
sustentam seus maridos através da oração. Porém, é necessário lembrarmos que
são humanas e não super heroínas. A história de K’Sup Nri mexe muito comigo, e
hoje eu quero compartilhar essa história com vocês.
No Vietnã, K’Sup Nri e seu marido, o pastor D viviam bem.
Eram um casal feliz, e estavam sempre trabalhando na obra de Deus. Em 1975 o
comunismo invadiu o país, fazendo com que suas vidas mudassem para sempre. Os
missionários estrangeiros foram expulsos, e uma intensa perseguição foi
iniciada. Os cristãos se espalharam por todo país, as igrejas foram fechadas, muitos foram presos,
entre eles, o pastor D.
K’Sup Nri estava grávida do seu segundo bebê quando seu
marido foi preso. Ela se viu totalmente desamparada. Ela deveria cuidar de seus
filhos e sogros, trabalhar no campo, e sustentar a família sem o auxílio do
marido. Ela foi impedida de visitar o esposo na prisão, e se viu sobrecarregada
com todas as tarefas. Era difícil criar seus filhos sem saber o que dizer a
respeito do pai. Estaria ele vivo? Morto? Teria sido torturado? Essas perguntas
ficavam sem respostas e a angústia crescia. Pra piorar a situação, seus sogros
não eram cristãos, e não havia igreja, ou irmãos por perto que pudessem dividir
o fardo com ela.
Os anos se passavam, e ela tentava permanecer firme. Até que
um dia, um oficial do governo foi até sua casa e deu a terrível notícia! Seu
esposo estava morto. Ela estava despedaçada! Durante sete anos, ela acreditou
que Deus responderia suas orações! Que Deus o manteria vivo! Foram sete anos de
esperança que em um minuto desapareceram. Ela não tinha mais nenhuma esperança.
Nesse período de dor, de desesperança, apareceu um jovem
militar não cristão, com uma idade próxima de K’Sup Nri. Ele demonstrou
interesse nela, enquanto ela ainda se mostrava confusa mediante aos fatos. Ela
ainda amava seu marido, e lutava contra um sentimento de que Deus havia a
abandonado. Era um momento de muita complexidade.
Após muito relutar, ela resolver ceder as investidas do
militar. Afinal, ela tinha dois filhos para criar, e sua vida precisa seguir
adiante. Não demorou muito para que os dois estivessem casados. A vida então
começou a entrar nos eixos, e ela foi se acostumando a nova rotina. Passado um
tempo, um prisioneiro foi liberto, e espalhou um boato de que o pastor D
estaria vivo na prisão.
K’Sup Nri não podia acreditar! Foi atrás das informações,
buscou, buscou, até que finalmente encontrou o ex-prisioneiro que confirmou:
seu primeiro marido estava vivo! Os oficiais do governo a haviam enganado!
Dessa vez, ela perdeu o chão! Ela foi enganada, e começou a
desconfiar se tudo não passou de um plano dos militares para atacarem seu
primeiro marido. O medo, o desespero, a desesperança, todos esses sentimentos
tomaram conta de seu coração. Ela foi invadida por duvidas, desconfianças,
arrependimento... Ah! Como ela estava arrependida!! O que seria da sua vida
agora? E como seria o dia que ele fosse liberto? O que seria de seus filhos?
Tomada por toda essa dor, numa noite em desespero, a vietnamita K’Sup Nri se
envenenou e morreu.
Essa história é forte. E traz consigo uma série de questões que
permeiam minha mente. Quantas mulheres da Igreja Perseguida não estão sofrendo situações
igualmente angustiantes? Quantas não pensaram como K’Sup Nri? E o que nós temos
feito por essas mulheres?
Nossa oração tem poder de transformar a realidade dessas mulheres! De trazer consolo, a paz que vem do alto! Nós temos a responsabilidade de orarmos por essas mulheres, por essas famílias, para que histórias como esta, não se repitam. O que você tem feito pelos cristãos perseguidos? A responsabilidade também é nossa!
Igreja Perseguida
Nemayda Furtado
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