Perdoando seus Inimigos

"Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam;
Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam."

Lucas 6:27-28

Talvez esse seja um dos maiores desafios da vida cristã. Amar o seu inimigo, aquele que te causou danos, marcas tão profundas pode parecer algo impossível. No entanto, sabemos que não é.  Mais uma vez a Igreja Perseguida nos ensina uma lição valorosa. Vejamos como nossos irmãos se comportam diante do desafio de amar aqueles que lhes tem perseguido.

Dirk Willem era um anabatista que foi preso por se desvincular da fé católica no século 16. Ele foi capturado e preso na Holanda, e sua sentença era a morte. Sabendo disso, Dirk começou a planejar sua fuga da prisão. Ele fez uma corda com pedaços de pano, e desceu sobre o muro da sua cela. Porém, um guarda o viu, e iniciou a perseguição a ele.

Por causa do frio, havia um lago que estava coberto por uma fina camada de gelo. Dirk se arriscou e atravessou o lago. Seu perseguidor, no entanto não teve a mesma sorte, e o gelo se rompeu. Ao vê-lo pedindo socorro em meio ao lago de águas congelantes, Dirk se viu tendo que escolher entre sua fuga, ou a vida de seu perseguidor, que consequentemente o levaria de volta para sua sentença de morte.

Dirk voltou, resgatou o guarda, dando tempo para os reforços chegarem. Dessa forma ele foi recapturado. Ele foi condenado a morte por ter sido re-batizado e por permitir cultos secretos. Dirk foi queimado até a morte. Ele mostrou amor ao seu inimigo e “salvou” sua vida. “Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará.” Lucas 9:24

Um exemplo mais recente é de Joshua Saune. Seus irmãos e primos foram brutalmente assassinados no Peru pelo grupo extremista Sendero Luminoso. Joshua foi o único irmão sobrevivente, e veio da sua casa nos EUA para o funeral de seus entes queridos. No funeral ele disse: “Sendero Luminoso não é meu inimigo, Satanás é meu inimigo. As pessoas que mataram meus irmãos precisam de Cristo, assim como eu e você.”

Joshua estava pronto a despejar todo seu rancor, mas ao chegar no Peru foi percebendo que estaria apenas lutando contra a Bíblia. Na hora do seu discurso foi tomado pela presença de Deus. Joshua decidiu largar sua carreira nos EUA e assumir o lugar de seus irmãos, evangelizando os guerrilheiros que assassinaram seus entes mais queridos.

Esses dois exemplos, tão diferentes nos servem de inspiração. Ao perdoar nossos inimigos, e entender que eles precisam ser alcançados pela graça de Deus, somos capazes de amá-los. É importante também que nós enxerguemos que também somos imperfeitos e não merecemos o amor de Deus. Mas um dia fomos alcançados. Precisamos perdoar nossos inimigos, assim como Cristo nos perdoa. A mesma cruz que um dia nos alcançou e nos redimiu tem poder para salvar nossos "inimigos". 

Coluna: A Igreja Perseguida

Nemayda Furtado