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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Há vida na morte

Todos sabemos que a salvação se da mediante a graça de Deus. Não são nossas obras, aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, que nos concede a salvação, mas unicamente a fé no precioso sangue do Senhor Jesus Cristo que perdoa os nossos pecados e nos da uma nova vida. Mas depois de alcançar a redenção por meio da graça revelada através sangue de Cristo temos ainda uma longa caminhada para a santificação. E é natural que em busca dessa santificação procuremos deixar as práticas que são erradas e passar a praticar aquilo que é certo. Mas dentro desse processo corremos um risco de cometer um grande erro. Corremos o risco de achar que a medida que começamos a praticar certas obras e adquirir certos hábitos nos colocamos em um patamar mais elevado do que as outras pessoas.
 
A maioria das igrejas hoje se sente superior as demais por possuir um certo hábito, por ter determinada prática que a torna, de certa forma, mais santa que as demais. Por isso essas igrejas olham as demais com desprezo, julgando que elas ainda não alcançaram seu patamar espiritual. Quando encontramos pessoas que se relacionam com Deus de uma outra forma corremos o risco de julgá-las pois achamos que Deus só pode se relacionar com as pessoas na forma como nós nos relacionamos com ele. Por que para nós existe a maneira certa de adorar a Deus, a maneira certa de cultuá-lo, a maneira certa de promover a comunhão e a maneira certa de pregar o evangelho. Mas nos esquecemos que Deus é grande demais pra ficar preso a formatos e padrões humanos.
A verdade é que com esse sentimento de superioridade embutido em nossos corações a graça e o sacrifício de Jesus por nós perde todo o sentido de ser. Se alcançamos a graça de Deus mediante o sangue do Senhor Jesus como podemos achar que somos aperfeiçoados mediante nossa capacidade pessoal, por nossa forma de fazer as coisas ser a correta? As práticas exteriores não nos colocam em uma posição diferenciada no Reino de Deus porque não importa o que façamos nós continuamos sendo pó, pecadores rebeldes e maus.
A medida que melhoramos nossa conduta no mundo corremos o risco de esquecer do principal, que está no interior. A verdadeira obra de santificação não está na prática de obras, apesar desta ser uma conseqüência. A santificação é um processo de entrega diária nas mãos de Deus reconhecendo que não somos nada e que necessitamos dEle mais do que tudo. Quando nos esvaziamos de nós mesmos o Espírito de Deus tem condições de encher nossas vidas e nos guiar em uma vida Santa.  A obra de santificação também é decorrência da graça que alcançamos por meio da fé. É decorrente da crença de que morremos para nós mesmos para vivermos a nova vida que nos é dada em Cristo.
A grande preocupação de Deus não é com o exterior. Ainda que consigamos praticar tudo aquilo que é correto e deixarmos as obras ruins podemos ainda assim ser as pessoas mais distantes de Deus do mundo. Porque a raiz do problema não está na prática mas no coração. Quando Deus fez o homem Ele o fez para ser completamente dependente dEle para que toda a sabedoria, honra, força e poder em todo o universo estivessem nas mãos dEle. Considerar-nos auto-suficientes ou colocar nossa segurança em qualquer coisa na terra que não seja o próprio Deus é o maior pecado que podemos cometer. Com isso estabelecemos um foco de resistência ao governo e autoridade de Deus sobre o universo. E esse enorme pecado da independência de Deus que com tanta freqüência brota em nossos corações é a causa do desastre da humanidade.   
                O desastre do povo de Israel não foram os pecados morais, mas o recorrente erro de deixar de pertencer tão somente ao Deus vivo para ir atrás de ídolos. E idolatria é depositar a fé em qualquer coisa que não o próprio Deus. Qual é o seu ídolo? Um grande jogador de futebol? Um astro do cinema? Talvez não. Encontrar a segurança no dinheiro é um grande ídolo. Ou a faculdade? Ah sim, talvez você acredite em você mesmo, ou em um pensamento positivo. Talvez seu ídolo seja uma grande teoria, uma utopia? Nem pensar, você participa de uma igreja de verdade, você é santo demais pra esse tipo de coisa. Opa, ai está.
                Ah, maldita idolatria em nosso coração! Só nos resta nos render ao Deus vivo reconhecendo nossas fraquezas. Entregar a Ele nosso coração sujo, e até mesmo meio defeituoso. E dizer de todo o coração, Senhor Deus, tu sabes que somos pó, necessitamos e dependemos completamente de Ti. Nos revela o Redentor porque se não seremos consumidos em nossa própria maldade.  E Ele nos purifica com seu sangue e nos da força para caminhar mais algumas horas, ou talvez alguns minutos totalmente santificados e na completa dependência da graça dEle. É na morte que encontramos a vida!

Silas

Relacionamento Pessoal com um Deus (Pessoal)

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